Acordei e me perguntei o que faltava para eu me consolidar como o “Rodrigo Hilbert” de Irajá, digo, da Ribeira.
Inteligência? Não. Simpatia, também não. Beleza? Muito menos.
Faltava saber cozinhar. Lembrei que com as minhas habilidades de cientista, a minha capacidade analítica e exploratória seria suficiente para este desafio.
Acordei. Pesquisei várias receitas de fajitas. Li vários trabalhos em conclaves especializados. Fiz um survey explorando a ciência gastronômica, com uma tabela comparativa do estado-da-arte da culinária mexicana.
Olhei resultados empíricos…
Apontei hipóteses e objetivos. A metodologia já existia, era a própria receita.
Fui ao mercado. Comprei ingredientes frescos, escolhidos de forma que, ao saborear, anjos tocassem trombetas.
Pia limpa, fogão impecável. Tudo certo. Ingredientes separados em potes distintos, tudo de forma a dar inveja à Ana Maria Braga.
Cozinhei. Seguindo a receita, reproduzi o experimento conforme havia lido em trabalhos correlatos.
Preparei a mesa com cuidado. A apresentação, segundo alguns autores, é indispensável para o sucesso.
Resultado? Falhei miseravelmente.
PS:
Este texto não tem cenas pós-créditos. Ficou uma bosta e pronto. Sem lado positivo.